Cada vez se vê mais pelas estradas, pessoas montadas em bicicletas. Ou por desporto ou porque é o veículo que utilizam no seu dia a dia. Seja em estrada aberta ou no meio das cidades, não podemos ficar indiferentes a esta realidade. Mas o crescente número de ciclistas nas estradas não é proporcional à educação e consciencialização que é preciso dar tanto aos condutores de veículos motorizados, como aos próprios ciclistas. As pessoas que andam de carro ou mota, viram, de um momento para o outro, o seu espaço habitual ser 'ocupado' por um veículo mais lento e que lhes constrange o caminho, e não sabem se eles o podem fazer desta ou daquela forma. Os ciclistas por outro lado, 'invadiram' as estradas, achando que têm os mesmos direitos que os veículos motorizados, pondo de parte, claro está, todos os deveres inerentes a conduzir nas estradas. E este choque de realidades e pensamentos tem trazido mais dissabores a quem anda no veículo, que em caso de acidente, sofre as piores consequências: a bicicleta.
Este assunto tem levantado muitas questões sobre quem deve ser responsabilizado, quem deve pagar os custos inerentes a um acidente, quem tem prioridade em determinados locais da rodovia e se uma bicicleta pode ocupar, na estrada, o mesmo espaço que um carro. Depois, para além disto tudo, existe a parte em que as pessoas têm civismo ou não, tanto para andar de carro como para andar de bicicleta. Eu divido-os em ciclistas e em 'pessoas que andam de bicicleta'. O ciclista é aquela pessoa que respeita as regras de trânsito, que leva capacete, às vezes até um colete refletor, que tem uma bicicleta com luzes atrás e à frente e que apenas circula nos locais onde o pode fazer: as ciclovias e na estrada. As 'pessoas que andam de bicicletas' são aquelas pessoas que se montam numa bicicleta e não respeitam regras de trânsito, que passam sinais vermelhos, que vão por sentidos proibidos, que circulam despreocupadamente quase no meio da faixa e que, se for preciso, vão pelos passeios onde andam os peões.
Eu não tenho nada contra os ciclistas, mas já tenho algumas coisas contra as 'pessoas que andam de bicicleta', porque são um perigo para elas e para os outros. Todos os dias vejo estas pessoas a desrespeitarem regras de trânsito e a circularem onde não podem (ainda ontem à tarde vi dois gajos de bicicleta em pleno IC17). O cúmulo do ridiculo chegou com a noticia da intenção, por parte das associações dos ciclistas, que sejam as seguradoras dos carros a pagar em caso de acidente, mesmo que o ciclista seja o culpado. Não acreditam? Podem ler a noticia aqui. Basicamente, o que estas associações querem é que mesmo que um 'ciclista' passe um sinal vermelho e seja levado à frente de um carro, que a seguradora do carro pague as despesas inerentes a esse acidente. Segundo eles, afirmam que as "bicicletas são amigas do ambiente, fazem bem à saúde e ajudam a economia", que "os carros são umas armas potenciais" e que "quem tem carta de condução, tem de ter responsabilidades para com aqueles que não têm". Mas esquecem-se que muitos 'ciclistas' andam pelos passeios, que vão contra os peões, que vão contra carros estacionados, que se atravessam na estrada sem olharem para qualquer lado e, mais uma vez, que passam sinais vermelhos como se aquele sinal não lhes dissesse respeito.
As regras são para serem cumpridas por toda a gente que anda nas estradas. Andar de bicicleta não é só montar numa e começar a pedalar. Temos de saber aquilo que podemos ou não fazer, tal como os nossos direitos e os nossos deveres. Temos de ter consciência que em caso de embate com um carro, a bicicleta sai sempre a perder - tal como eu sei que o meu carro perde contra um veículo pesado -, por isso, todo o cuidado é pouco quando vamos na estrada. Parece-me que os ciclistas estão mais preocupados em ter direitos do que em possíveis deveres, que ajudariam numa maior harmonia entre eles e os veículos motorizados. Acima de tudo, espero que não comecem a circular nas autoestradas e comecem a ocupar a faixa do meio. Aaah! E que o bom senso faça parte do seu dia a dia na estrada.
Esses tipos da associação de ciclistas estão loucos. Isso é um optimo exemplo de pessoas que com o seu fanatismo sobre um tema conseguem perder toda a razão.
ResponderEliminarSe há vários intervenientes na rua, todos os intervenientes devem ter responsabilidade sobre as suas acções só assim é que se atinge um equilibrio..
Essa do "mesmo que a culpa seja do ciclista, nunca é dele " é um atraso de pensamento sobre o que consideramos o desenvolvimento de uma sociedade.
Não se deve premiar a desresponsabilização.
Por isso não me venham com argumentos de saude e ambiente, daqui fala uma rapariga que já andou de bicicleta diariamente quando vivia na Holanda e que iniciou um doutoramento em Ambiente.
Um mundo saudavel e justo é um mundo em que todos têm direitos e obrigações.
Concordo contigo a 100%.
EliminarAté os peões sabem que não podem atravessar fora da passadeira nem quando têm o semáforo vermelho, mas mesmo assim fazem-no, o que por vezes resulta em atropelamentos.
Já estive na Holanda e vi um pais com cidades preparadas para ciclistas e carros circularem em hamonia. Acima de tudo, vi um país com pessoas civilizadas e respeitadoras dos seus deveres.
Mas é como tu dizes, o fanatismo leva as pessoas ao extremo e a acabarem por perder a razão..