quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Conselhos para uma boa entrevista de trabalho..

No outro dia, o gajo do blogue Por Falar Noutra Coisa escreveu um post dando algumas dicas para se fazer um CV. Mas ter um bom, ou mesmo um ótimo CV, não chega para se conseguir o trabalho. Se gostarem do vosso CV e vos chamarem, ainda terão de saber como se comportar e o que dizer durante a parte verdadeiramente crucial do processo de arranjar emprego: a entrevista!

Sei que para muitas pessoas isto é um autêntico 'bicho de sete cabeças', que são uns nervosinhos de primeira e que pensam que vos vão fazer perguntas relacionadas com o espaço, mesmo que se estejam a candidatar para tirar fotocópias na Staples. E é a pensar em vocês que eu vos vou dar algumas dicas para que tenham uma entrevista inesquecivel e que deixará o empregador de boca aberta, tal o espanto pela pessoa que têm à sua frente!


- Mostrem que são bons a delegar responsabilidades, mandando outra pessoa à entrevista por vocês.

- Quando vos pedirem para se descreverem em 5 palavras, digam: "Capacidades de contagem extraordinárias!". Riam.

- Levem uma caixa para a entrevista, apontem para ela e digam: "Eu faço todo o meu pensamento fora daquilo."

- Mostrem que dão 110%, despejando 10% de água a mais para o vosso copo. Sorriam com ar conhecedor.

- Digam que não vão precisar de hora de almoço porque se alimentam de resultados. Façam o barulho de um barco a motor durante 9minutos.

- Quando vos perguntarem porque são a pessoa indicada para o trabalho, desenrolem um pergaminho antigo em cima da secretária e digam: "Estava destinado.". Olhem-nos nos olhos.

- Mencionem que chumbaram em Educação Religiosa e digam "A única coisa que eu venero é produtividade!". Apontem os dois polegares para cima.

- Aluguem um cartaz do outro lado da rua sala da entrevista com uma foto vossa a lutar com um urso. Apontem para ele ocasionalmente.

- Se vos perguntarem se querem alguma coisa para beber, respondam "Pode ser um copo de emprego, se faz favor.". Riam-se durante 10 minutos. Nunca menos.

- Sejam confiantes mas subtis. Usem uma caneta para dizer "trabalho em equipa" em código Morse.

- Tatuem as vossas limitações num dos braços. Os entrevistadores adoram honestidade.

- Atendam uma chamada durante a entrevista e digam: "Não posso falar agora, vou entrar num túnel... Um túnel de esperança.". Pisquem o olho ao entrevistador.

- Lembrem-se, cada pergunta é um teste, por isso, quando vos perguntarem como estão, respondam: "Focado no sucesso, obrigado.".

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Próxima leitura: Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia - J. Rentes de Carvalho

Agora que já acabei o outro livro, é hora de passar ao seguinte para não perder o embalo que se apoderou de mim.

Sobre "A Rapariga no Comboio", confesso que me surpreendeu. dei por mim a tentar adivinhar quem seria o mauzão da história (há sempre um mauzão ou uma mázona) e a não acertar a não ser no preciso momento em que foi demasiado óbvio, ou seja, praticamente no final.
É um bom livro, com uma boa história e a forma como é escrita (como 3 diários, um de cada uma das 3 mulheres da história) prende-nos e mantém um bom ritmo nos acontecimentos. Vale bem a pena.

Agora, deixa lá ver o que o que a Júlia tem para me dizer.
É o segundo livro que vou ler de Rentes de Carvalho, o primeiro foi  muito bom.


domingo, 20 de setembro de 2015

Próxima leitura: Lolita - Vladimir Nabokov

Sim, tal como no "Filhos da droga", que todos já tinham lido, só agora é que vou ler este pela primeira vez.


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

MotelX 2015

A partir de agora, se precisarem falar comigo, estarei, certamente, no Cinema São Jorge.



sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Morrer na praia..

"Oportunidade

A 26 de Março de 1993 o mundo mudou.
A capa do The New York Times mostrava algo que a Sociedade do consumo imediato, da fartura e abundância, o 'American way of life' não estavam habituadas: uma criança emaciada, de bruços, engatinhada num chão de terra batida empoeirada enquanto um abutre esperava a sua morte para a refeição.
África era o símbolo da fome no Mundo, e o fotojornalista Kevin Carter conseguiu demonstrar todo o seu realismo num único fotograma.

A oportunidade da sua carreira, de fotografar mas não de interagir, garantiu-lhe, em Abril de 1994, o prémio Pulitzer pela imagem captada. Pelo serviço prestado em difundir uma realidade tão concreta e absoluta, táctil, que transformou a Sociedade Ocidental num todo.

Kevin nunca chegou a sabê-lo, mas África é hoje, ironicamente, o Continente detentor da Capital mais cara no Mundo para se viver, ainda que sustenha os piores índices de pobreza, pois o fotojornalista viveu os últimos meses da sua vida, desde que tirou a fotografia da pequena menina faminta em busca de comida, atormentado em angústia por ter feito apenas uma foto e não ajudado um ser tão Humano quanto ele.
A 27 de Julho de 1994 suicida-se.
O realismo da realidade não foi uma oportunidade de vida. Antes de morte.

A 2 de Setembro de 2015 o mundo mudou.
Os noticiários de todo o Mundo Ocidental mostraram algo que a Sociedade do consumo de crédito fácil, da factura e impostos, o 'European way of life' não estavam habituadas: uma criança como as nossas, de bruços, estendida num areal banhado pelas ondas do mar.
Estava morta. Afogada.
Um desses a quem se chamou de imigrante ilegal. Corrigiu-se para refugiado.
De quem, de praga passou a uma oportunidade laboral a aproveitar.

Europa é o símbolo da Democracia. Mais que isso: da Liberdade individual e da Paz.
Da possibilidade de se poder ser quem se é, perseguindo esse bem único e pessoal, transmissível e perecível: a Felicidade.

Para Aylan Kurdi, a criança de três anos que morreu afogada junto com o seu irmão Galip e a Mãe Rahan, a Europa foi o destino final de uma fuga iniciada na Síria. Já para o Pai, Abdullah Kurdi, a Síria será o seu destino, uma vez que aqui, perante a forma adversa e incapaz como se está a lidar com um problema cuja responsabilidade, em parte, em nós, assenta. Regressa para enterrar a sua Família. A sua vida que terminou nas encostas de um egoísmo burocrático.

Volta sem o maior bem que todos nós aqui temos sem percebermos ter: uma oportunidade.

Mas e uma solução... Não é disso que isto tudo se trata?
Há que haver uma solução.
Claro que há. Não será com certeza com abaixo-assinados risíveis a pedir que não se criem centros de refugiados para protecção do Turismo, nem muito menos dizendo culpabilizar a Alemanha pela vinda dos migrantes.

A culpa, em casos de migrações forçadas, em que a vinda de grandes massas de população por períodos de tempo concreto, morre virgem e solteira.
Claro que há sempre os que buscam a conjectura política ocorrida na Base das Lajes a 16 de Abril de 2003, para o desencadear da Guerra do Iraque, e por conseguinte, tudo o que daí adveio, e uma culpa Portuguesa no cartório.
Só que o livre arbítrio, mesmo onde não existe opção de escolha, designam que nada é garantido, e assim, isolar um acto para um efeito é só mitigar o problema actual para uma responsabilidade qualquer sem que se resolva o presente, permanecendo num distante passado.

A permanência, mesmo que não temporária, dos que buscam asilo da Guerra, em território Europeu, terá, por necessidade, de enfrentar um dos grandes tabus da União.
Não, não é a problemática do livre trânsito entre países. Antes fosse.
Não. O problema que se arrasta desde à longo tempo na Europa das amizades e simpatias, é o politicamente correcto entre portas, sem se perceber em como o mundo não nos aceita como nós os aceitamos a eles.

Se querem desfrutar do "European way of life", têm de cumprir as regras do "European way of life".
Aqui a razão não é uma inversão de valores. ´Será antes um 'toma lá dá cá', em que se tu queres ter determinado comportamento na nossa União, nós Europeus também poderemos nos comportar da mesma forma no teu país de origem.
Não devemos pedir nem mais nem menos.
Não é racismo, ideologia ou exclusão social.
É uma razão lógica de proporção.

Não te descrimino se tu não descriminares.
É bom senso.
É a oportunidade que eu te dou se tu me a deres a mim."



Foto de 1993, não a de 2015, mas as parecenças são abismais