O que nos fica são os momentos que vivemos sozinhos ou acompanhados.
E estes momentos podem ser instantes ou podem ser uma eternidade.
Há uns dias li alguém a escrever que gostava de poder controlar com o tempo, fosse para voltar atrás, para o parar ou mesmo para o poder avançar. Percebo tudo isto, é compreensível que muitas vezes se queira fazê-lo: voltar atrás para rever alguém ou mudar alguma coisa; parar no tempo para que nunca se saia de um momento em que somos felizes; avançar no tempo para que possamos sair de um mau momento, pensando que no futuro estaremos melhor. E eu disse a essa pessoa que se o pudesse fazer, não seria a pessoa que é hoje e, em última análise, poderia deixar de viver a sua vida e não conhecer as pessoas que conhece e que irá conhecer.
Hoje sou eu a pensar que gostava de controlar o tempo, mas para poder repetir e viver, vezes e vezes sem conta, um determinado momento. Repeti-lo até à exaustão, até não conseguir mais vivê-lo, até me enjoar tanto com ele que decido abandoná-lo e seguir a minha vida (tal como nos acontece com aquela música que gostamos imenso, que ouvimos repetidamente até já não conseguirmos sequer ouvir um acorde dela.). Mas fazê-lo sem alterar o passado e sem saltar para um futuro. E, se pudesse, repetia e vivia, até as minhas entranhas se revivarem, um passado muito recente. E repetia tudo, tudo, desde o encantamento até ao desencanto, do fascinio à desilusão, da alegria à tristeza.
Mas, depois, penso melhor em tudo e percebo-me que a magia dos momentos, a alegria do tempo, muitas vezes reside na sua efemeridade, no facto de, apesar de curto, acontecerem na intensidade exata. E concluo que, se calhar, são estes momentos efémeros - mas intensos - que me fazem crescer enquanto individuo, que me fazem aprender as "lições de vida", e que me fazem valorizar de outra forma, todos os momentos da minha vida, não me deixando preso ao passado, estagnado no presente ou a antecipar o futuro. E este pensamento faz-me abandonar o querer controlar o tempo, o querer repetir tudo de novo, porque tiraria de todo esse momento a sua magia e o seu encanto.
O que nos fica, o que nos marca, o que nos faz viver, são estes momentos efémeros, é o crer que esta efemeridade se pode prolongar por mais tempo. Porque há coisas que são apenas passageiras, que nos tocam num determinado momento e que depois saem da nossa vida tão depressa quanto apareceram. Resta-nos conseguir extrair delas a sua beleza e os seus ensinamentos.
Demasiado profundo para uma sexta-feira.
ResponderEliminarEm determinada altura, todos dizemos que queríamos ter um comando na mão que nos permitisse viajar pela vida ao nosso gosto. Já que é impossível, votos de bons momentos.
E logo pela manhã.. :)
EliminarMas como disse, mesmo que tivesse o comenado, não o usaria, por muito tentador que pudesse ser..
Aprendemos a guardar as coisas boas, aprendemos a relativizar as más e aprendemos com cada uma das experiências que vivemos.. That's life folfks!
ResponderEliminarÉ que é isso mesmo! :)
EliminarSó falta agir, ou seja: mudar o que há a mudar, se é que há algo a mudar, em função do que se aprendeu. Ocorreu-me a seguinte banda sonora para este teu post: http://www.youtube.com/watch?v=UWeOJD3oidg
ResponderEliminarEstamos sempre em constante mudança, ou mutação, a adaptar-nos a novas coisas em função daquilo que vivenciamos no passado..
EliminarGostei muito da música e retrata bem as coisas.. :)
Talvez aceitar fosse mesmo o melhor, apesar de o mais difícil de se fazer. Há pessoas que passam, outras que ficam, mas regra geral todos passamos :)
ResponderEliminarSim, todos passamos uns pelos outros e ninguém fica com ninguém (apenas temporariamente), embora alguns nos marquem mais do que outros..
EliminarEu gostava mesmo era de ter um Pensatório como o Dumbledore
ResponderEliminarIsso é que era uma coisa do best!!
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