Não
sei a que sabe a tua pele. Não sei a que cheira. Não sei a sua textura nem o
que provoca o seu toque. Mas sei-a. Sei-a todos os dias, todas as noites. Todas
as noites tu estás comigo. Todas as noites, depois de fechar os olhos,
imagino-te comigo. Imagino que a tua pele me sabe a sal, a água salgada do mar,
que te escorre corpo abaixo depois de saíres dela. Imagino que me cheira à
brisa do mar, deixada a pairar no ar, depois da onda que rebenta na areia.
Imagino que ta acaricio com a ponta dos meus dedos e sinto minúsculas
partículas de areia que te preenchem os poros. Imagino que a tua pele a tocar
na minha é como a espuma da orla marítima que desliza suave e demoradamente
pelas minhas pernas. Todas as noites a sei. Todas as manhãs sei que não passou
de mais um sonho. Sonho contigo há demasiado tempo, desde que te vi, pela
primeira vez, chegar sozinha àquela praia deserta que só eu habitava. Chegaste
sozinha, mas gloriosamente sozinha. Com o passar do tempo percebi que não era
uma solidão imposta, mas uma solidão desejada. Era o teu momento, o teu ritual,
o teu mundo, que agora colidia com o meu sem sequer o saberes. Também eu já
estive sozinho muito tempo, mas nunca vivi sozinho. Sempre tive mulheres na
minha vida, mas nunca foi nada sério. Nunca brinquei com ninguém, é certo, mas
também nunca abri os olhos e pensei: “Isto é a sério.”. A ti - que nunca te
tive, que apenas vejo à distância e com quem só estou em sonhos -, a ti sei que
o diria, olhos nos olhos, sem hesitar. A ti sei que amaria e que seria a sério.
És tu que - embora não o saibas -, dás alento aos meus dias, és tu que – sem
que isso te passe pela cabeça -, trazes até mim alguma felicidade. Todos os
dias, sem atrasos ou desculpas, apareces, vinda de longe, naquela praia
esquecida pelos outros. Todos os dias sei que lá estarás às dezoito horas e
todos os dias começo a ser feliz uma hora antes. Todos os dias sei que quero ir
ter contigo para juntos percorrermos o labirinto da felicidade compartilhada.
Mas hoje ainda não. Hoje ainda quero, de novo, apenas sonhar.
Amanhã,
quem sabe…
Gostei. Porque não nos dizes que tema inspirou os textos?
ResponderEliminar(e já agora, eles justificam as pontuações?)
Não o posso fazer, o dizer o tema e as pontuações... (pelo menos publicamente)
EliminarOk ;) então pira-te lá para o meu mail :$
EliminarGostei :) está bonito e sincero :)
ResponderEliminarAdoro peles com sabor a sal
Beijinho
Obrigado.
EliminarTambém gosto muito, aliás, quando saio da água tenho o hábito de me lamber! hahaha
Beijinho
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminargostei do início, pensei que seria um texto romântico até ao fim, mas depois a partir do meio deixou a sensação de ser um texto assim mais normal.
ResponderEliminarMas está bonito!
E acaba por ser um texto romântico até ao fim. :)
EliminarObrigado :)
Gostei :) mas a minha opnião não vale de muito comparada com a do jurí do CNE :p
ResponderEliminarTodas as opiniões têm o seu valor! ;)
EliminarBonito texto. Gostei! :)
ResponderEliminarObrigado! :)
EliminarMuito bom.
ResponderEliminarMerci, AS. :)
EliminarAlgures no início tive de reler porque o português não me soava bem. Mas gostei muito.
ResponderEliminarSeu romântico!
Se calhar é porque repito as palvras algumas vezes, repetindo o final de uma frase como inicio de outra.. :) Mas obrigado.
EliminarSabes que sou! ;)
Gracias Roger! :D
ResponderEliminarMas a minha pele não sabes! Pimbasss :P
ResponderEliminarSabe à maça da árvore do pecado carnal! :)
Eliminar(pode ser assim?)
Este é o texto daquele concurso de escrita? Está a correr bem? Espero que sim.
ResponderEliminarO texto está muito bonito, gosto :)
É sim senhora! :)
EliminarEstá a correr bem e estou a gostar muito. :)
Obrigado!
Já agora posso meter-me na conversa e saber que concurso de escrita é esse? Adoro saber dessas coisas. Obrigada
EliminarCampeonato Nacional de Escrita Criativa, organizado pelo Pedro Chagas Freitas. :)
EliminarObrigada. Já tive a cuscar o site!
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