WARNING: Este post não vai ser sobre uma aventura da minha vida, não vai ser engraçado, e não estou a dizer isto para no final dar uma reviravolta enorme e afinal até ser uma coisa com piada (coisa que ainda nunca consegui aqui fazer). Será talvez o post mais serio que escrevi até hoje. Se calhar irei escrever outros ainda mais serios no futuro, ou não, não sei e pouco me importa. Por isso, se hoje aqui vieste à procura de diversão, não o vais encontrar neste post. No entanto, tenho alguns por aí que te podem ajudar. Decidi também que o postaria a horas tardias, a meio da madrugada, para que o lessem só de manhã. Não queria que se fossem deitar a pensar no assunto, mas gostava que ao lerem-no pela manhã, que reflitam sobre ele, e quem sabe, lá mais para o final do dia, alguém faça um comentário.
No domingo passado, estando eu a navegar pelas internets e ao mesmo tempo a fazer um zapping pela tv, ao passar pelo FOX Movies (acho que era este), estava mesmo a começar um filme, que por acaso, até já tinha visto, mas decidi rever. O filme tem como realizador, diretor e ator, o grande Clint Eastwood! Se o homem sabia representar, o que dizer dos seus filmes, todos eles de um cariz muito peculiar, o de contar histórias que podiam ser as de qualquer pessoa. O filme que estava a dar, era o Million Dollar Baby.
Para quem não conhece, vou fazer um pequeno resumo dele (spoiler portanto, mas mesmo assim vejam). O filme fala de um treinador de boxe, Frankie (Clint), velho, desgastado pela vida, afastado da familia, que vê a sua oportunidade de um atleta seu ganhar um titulo mundial, ser-lhe roubada debaixo do seu nariz. Depois temos Maggie (Hilary Swank) uma rapariga pobre, que vai para a cidade para fugir de uma familia problemática, há procura de algo melhor para ela. Acabou por se apaixonar pelo boxe, e decidiu começar a treinar. Maggie queria que fosse Frankie a treina-la, e não desistiu até o conseguir. Ela Já tinha passado por muito, trabalhava num café, onde aproveitava os restos da comida dos clientes, para levar para casa e assim poder comer. Maggie tinha um talento natural para o boxe, somando vitórias atrás de vitórias, subindo rapidamente de escalão, até que vai lutar pelo titulo. E foi durante esse combate que acontece, o que para mim, é o ponto de partida para o tema principal do filme. Maggie ao levar um murro, cai e bate com o pescoço num banco, fraturando as vertebras, ficando tetraplégica e a necessitar de ajuda de uma máquina para respirar. De um momento para o outro, viu a sua vida dar uma volta completa, e quando lhe tiveram que amputar uma perna, devido às escaras provocadas por não se poder mexer, decidi pedir a Frankie que ele a ajude a morrer.
Sim, vou falar de eutanásia. Este tema tabú, tão pouco debatido, um assunto que parece um monstro, onde o melhor é mesmo não se falar dele. Mas a verdade é que ele é capaz de já ter passado pela cabeça de todas as pessoas. Todos os dias se ouvem noticias de acidentes em que as pessoas ficam em coma, ou incapacitadas para a vida. Há quem tenha amigos e/ou familia, a sofrer horrores numa cama de hospital, e a desejar acabar com aquele sofrimento. Sofrimento que afeta o doente e quem dele gosta.
É então que surge a eutanásia, o ato da pessoa terminar a sua vida, de uma forma assistida, com o auxilio de uma equipa médica. Mas nem todos os países o permitem, e mesmo entre as pessoas, não é um assunto concensual.
Se por um lado sabemos de pessoas que estão condenadas a sofrerem até morrer - com cancros (por exemplo) - em que já nada as pode salvar, talvez até seja melhor terminar com esse sofrimento, que muitas vezes é pedido pelo doente. Claro que se não estiver consciente (coma), terá que ser outra pessoa a tomar essa decisão. E aqui entra outro aspeto importante: quem é que pode dizer que esta pessoa deve/será melhor morrer? É que também sabemos de casos de pessoas que estiveram em coma durante anos, e quando já toda a familia tinha perdido as esperanças, a pessoa acorda. E se a tivessem matado antes? E quem é que tem coragem de mandar desligar a máquina, quando é alguém da familia e/ou alguém que amamos? Quem é que pode decidir quem vive e quem morre? Quem sabe o que é que aquela pessoa inconsciente quereria?
Bem, mas sabemos que se uma pessoa quiser, se pode matar. Não é eutánasia, mas suicídio. E ninguém pode fazer nada. Se eu quisesse, atirava-me da varanda aqui de casa e acabava com a minha vida. Se eu soubesse que tinha um cancro fortissimo no pâncreas, não seria este meu ato, uma forma de eutanásia? Mas e as pessoas, que já não o podem fazer? No caso do filme, ela nunca mais iria recuperar, respirava por uma máquina, já lhe tinham amputado uma perna. Ela já tinha alcançado na vida mais do que aquilo que algum dia imaginou, e sabia que iria passar o resto da sua "vida" a olhar para o teto do quarto de hospital. E como ela, existem tantas pessoas, assim, na vida real. Será que estas pessoas não têm o direito de querer morrer? Pouparem-se a anos de sofrimento, e poupar quem os ama?
O meu primeiro avô (materno) morreu 4 dias depois de eu nascer; o meu outro avô (paterno) morreu de um cancro que, tal como apareceu, depressa e inesperado - infelizmente ou felizmente - também depressa o levou; a minha avó materna, também já morreu, devido a febre da carraça. Só já tenho, portanto, uma avó (paterna). Que tem alzheimer. Que piora de dia para dia. Onde a medicação não tem qualquer efeito. Na mesma tarde em que vi o filme, o meu pai chegou a casa, depois de ir visitar a sua mãe, e vinha mais revoltado que nunca. Não que esteja revoltado contra ela, mas revoltado por, infelizmente, ela ter esta doença. E uma pessoa revoltada acaba sempre por dizer coisas menos refletidas, como "se não era melhor acabar com o sofrimento da minha mãe, que já nem sabe quem é!..", ou "se eu soubesse que ia ficar assim, acaba com a minha vida antes de perder esssa capacidade!". Eu sei que isto é so revolta, tristeza e angústia, por não se poder fazer nada a não ser, ir vendo a minha avó a piorar, até chegar ao estado de estar numa cama a olhar para o vazio, à espera que chegue o dia em que um qualquer orgão falhe e ela morra.
Se me perguntarem se sou a favor da eutanásia, respondo que sim. Num caso idêntico ao do filme, num caso terminal de alzheimer ou de outras demências, num caso de um cancro irreversivel e incuravel, num caso de estado vegetativo, num caso de um estado de coma suficientemente longo, onde o cérebro já sofreu danos irreparáveis. Acho acima de tudo que uma pessoa tem o direito de terminar com a sua vida com o minimo de dignidade. A pessoa deve ser livre de escolher se quer morrer ou se quer viver, mesmo que em sofrimento. Porque se há quem cometa suicídio por questões de corações partidos - porque pode mexer os braços e fazê-lo - porque não há de uma pessoa incapacitada para a vida, pedir que o façam por ela?
Sei que é um assunto delicado, cheio de questões e dúvidas, e que a cada resposta, se levantam ainda mais questões e dúvidas. Mas depois de ver o meu avô morrer com cancro, a minha avó entrar em coma por causa da doença, a única avó viva sofrer de alzheimer, e de ter visto aquele filme, o meu cérebro começou a pensar no assunto ainda mais ativamente, e decidi partilhar com vocês a minha opinião. E quem sabe, debater um pouco o assunto com aqueles que acham que merece a pena falar-se dele.
Olá Musta,
ResponderEliminarÉ um tema delicado, fácil de opinar mas muito difícil quando temos de actuar.
Eu sou a favor da eutanásia. Mas com algumas reticencias.
O problema está na incongruência, daí o facto de ser um assunto tabú como dizes. Quando alguém decide morrer, seja porque motivo for, eu defendo essa decisão pela pessoa, pela sua vontade, mas ao mesmo tempo estarei contra a sua morte, uma vez que não gosto de ver ninguém partir, aplicando a máxima de "a esperança é a última a morrer". Ou seja, temos aqui duas vontades, a nossa e a da pessoa, que "lutam" entre si sem nunca chegarem a um acordo, após a decisão, e satisfeita a vontade, o outro acontecimento perde-se no tempo e para bem de todos deverá ser anulado da história para que não haja o problema do arrependimento, mas esse é outro problema.
Bem comparado, acontece o mesmo com os animais, conseguimos decidir sobre a sua morte independentemente da sua opinião, que nunca nos chega nem chegará tão cedo.
As perguntas ficarão sempre no ar.
Olá Diogo.
EliminarEu acho que a pessoa que decidir terminar a sua vida, em plena consciência dos seus atos, deve sempre ser respeitada, mesmk que não concordemos com isso.. Penso que o grande problema da eutanásia, se coloca precisamente nos casos em que a pessoa não tem capacidade para o decidir, ou porque está inconsciente, ou porque está demente. Nestes casos, quem é que pode decidir sobre a vida de outra pessoa? E quem é a mãe que tem coragem de dizer que podem desligar a máquina que mantem o seu filho vivo?
Porque sim, é preciso muita coragem para matar alguém que amamos, mesmo que esta morte seja um alivio, para todos..
Enfim, é um assunto complicado e que a meu ver, mais debatido na sociedade..
Sou a favor. Se estiver numa situação de dependência, de vegetal sem qualidade de vida, é o que quero que façam por mim.
ResponderEliminarTambém é isso que quero! Mais do que estar dependente de outros, não quero que a vida dos outros fique dependente para os meus cuidados..
Eliminarum aparte: amei esse filme, estreou kd eu treinava kickboxing, foi a turma toda ver.
ResponderEliminaragora eutanásia: sou a favor sempre que as pessoas estejam num estado em que já nao conseguem cuidar de si proprias ou que as dores sejam imensas e insuportaveis. se a sentença está dada e se vão morrer de qualquer forma mais vale encurtar o sofrimento.
Praticaste kickboxing?! Ok, vou ter mais cuidado nos comentários lá na tua casa! :)
EliminarAcima de tudo tem que se ver se a pessoa tem o minimo de qualidade de vida..
oh nao tenhas medo, foi à uns 10 anos atras.. ja tou fora de forma
EliminarMas há truques que nunca ae esquecem, e eu não sei nada de artes marciais! :)
EliminarIsto é um tema muito sério, vou tentar fazer um comentário à altura.
ResponderEliminarNas pessoas com Alzheimer eu acho que o sofrimento é pior para os familiares do que para o doente em si, se calhar estou a ser parva, mas estes doentes não se apercebem que estão doentes uma vez que as células do cérebro estão afetadas e por conseguinte a sua capacidade de memória. Acho que é como se vivessem num mundo à parte. Digo isto baseada nos casos de Alzheimer em idosos no sítio onde eu trabalho. Temos cá uma senhora perfeitamente autónoma que está sempre a perguntar quando é que a filha a vem buscar, se filha já veio, está à espera da filha o dia todo, uma altura numa ida ao médico até fugiu e foi ter à casa da irmã, para as funcionárias da instituição e para a filha foi um drama, mas para a senhora foi perfeitamente normal ir a pé do sítio onde estava até à casa da irmã. Já outra senhora com a mesma doença também está sempre a perguntar quando vai para casa e se não tomarem conta foge.
Quanto aos casos das pessoas em coma acho que depende dos casos, mas se já não houver atividade cerebral, deve-se desligar as máquinas, o que não deve ser fácil para os familiares, afinal vão terminar com a vida de alguém.
Eu na família tive o caso da minha avó materna que estava paralisada há muitos anos desde que me lembro, falava mas ninguém a percebia bem e eu e a minha mãe chegamos a dizer que mais valia o Senhor levá-la do que estar ali a sofrer e a dar trabalho e a fazer sofrer os outros.
A minha mãe também morreu com um tumor cerebral que a foi debilitando ao ponto de no fim já nem falar nem comer estava totalmente dependente, eu, o meu pai e o meu irmão sabíamos que ia morrer, mas apesar de a vermos a sofrer não queríamos que ela partisse apesar de ela estar assim debilitada, ela já não tinha capacidade de pedir para terminarmos com a vida dela e acho que também nunca o faria e nós também não teríamos coragem de o fazer.
São situações muito complicadas com muitas coisas a serem consideradas. Claro que é sempre melhor morrer com dignidade, mas também não será um fardo demasiado pesado para a família. Claro que vão saber que a pessoa morreu como quis, nas suas condições e termos, mas e quem fica? Estará a ser egoísta?
Não reli o que escrevi mas espero que faça sentido.
Sim, fez tudo sentido! :)
EliminarEm relação ao alzheimer, passasse por várias fases.. Primeiro a preocupação: o que fazer agora que a nossa avó tem alzheimer; depois a aceitação: não ha nada a fazer e até nos rimos com ela com os esquecimentos, em que até ela se apercebe do que passa; a revolta: onde o meu pai está, ao ver que a mãe dele piora de dia para dia e ja mal o reconhece; e depois uma fase final, onde ainda nao estamos, mas a fase terminal de alzheimer, deixa uma pessoa completamente "morta" numa cama.. É muito dificil. Eu por exemplo recuso-me a ir ver a minha avó ao lar. Se ela não sair de lá, só a devo voltar a ver no sei funeral..
De facto o grande problema é mesmo quando são outros a decidirem por alguém que já não pode.. E não acho que seja egoismo deixar a pessoa morrer, porque assim também se pode considerar egoismo querer manter a pessoa viva, mesmo que a sofrer, só porque nos custa deixa-la partir..
É um assunto que, onde quer que peguemos, temos sempre duas vertentes..
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ResponderEliminarEu tenho pensamentos muito controversos. Depende do dia, da disposição... às vezes apetecia-me ter um interruptor e acabar com tudo, mas há outros em que acordo capaz de viver até aos 500 anos e fico naquela: porra, se eu ontem tivesse um interruptor, hoje já não estava aqui.
ResponderEliminarBom, se formos falar de casos extremos, sou obrigado a concordar. E mesmo eu, que gosto muito de cá andar, mesmo com algumas mazelas que me fazem rogar pragas à vida e a deus, gostava que no dia em que deixasse de ter autonomia me desligassem. E se for para ficar a sofrer, acho que é mesmo a melhor solução. Afinal a vida não é só um bater de coração...
Essa tua ultima frase diz tudo!
EliminarSim, acho que só devemos falar em eutanásia nos casos extremos, até porque nem todos somos um Hawking.. E não acredito que alguém queira passar anos a fio, em sofrimento e em total dependencia de pessoas e maquinas..
Há anos que defendo a eutanásia, desde que devidamente regulamentada e sendo avaliada sempre caso a caso. A situação em que mais a defendo é aquela em que o doente, conscientemente, após um tempo razoável de reflexão e de contacto com o processo de luto da sua própria incapacidade, decide que prefere por termo à vida. Ou seja, por exemplo, nunca depois duma notícia trágica acerca do seu estado. Ninguém quer morrer, mesmo quando se comete um suicídio, as pessoas simplesmente não querem viver de determinada forma e têm, a meu ver, esse direito. O que mais me incomoda, visceralmente, neste assunto é a presunção social de que os outros, todos nós, podem decidir sobre a liberdade de alguém. Os especialistas, a favor ou contra, vêm dar-nos argumentos para definir se está certo ou errado, quando não é isso sequer que se coloca. Há coisas na vida que não estão certas ou erradas, são apenas certas ou erradas para aquela pessoa em questão. E amputarem alguém desse acto de liberdade é para mim, muito pior do que a morte.
ResponderEliminarPessoalmente, não sei se o quereria fazer estando numa situação dessas, imagino que sim, mas só no momento sabemos verdadeiramente o que é. Mas tenho a certeza de que iria querer ter pelo menos a hipótese de escolher. pode até parecer paradoxal, mas só o facto de poder escolher, saber que uma última solução estaria ali, poderia ajudar a viver melhor nessas circunstâncias do que não ter qualquer réstia de esperança de que o sofrimento, quando quisesse, poderia terminar.
Exatamente. Percebo e concordo! Se eu souber que a qualquer momento posso terminar o meu sofrimento, talvez seja capaz de viver melhor mesmo com sofrimento.. Agora, se por outro lado, eu souber que estou destinado a sofrer, sem poder acabar com ele, pode criar uma revolta interna contra tudo e todos, e aumentar ainda mais a minha dor..
EliminarReparei que és psicologa, e que o que dizes sobre os especialistas não é em vão, e sim, o que para mim é errado para ti pode ser a coisa mais acertada de sempre e vice-versa.
E claro, todos os casos analisados um a um e aprofundadamente!
O meu pai morreu em 2011. Acompanhei todo o processo e sofri muito por o ver definhar numa cama a cada dia que passava. Todos os dias sofria por ver o meu pai naquela cama e não podia fazer nada para aliviar o seu sofrimento. E o pior, na minha opinião, era ele ter a plena noção do que se estava a passar com ele e poder comparar a pessoa que era antes da doença e a pessoa que estava ali naquela cama a depender dos outros para tudo.
ResponderEliminarJá era a favor da eutanásia antes de passar por isto, mas desde daí não tenho qualquer dúvida: se algum dia tiver uma doença incurável ou ficar presa a uma cama e depender dos outros para os actos mais básicos como comer ou de uma máquina para respirar, deixem-me partir!
Nem consigo imaginar o que isso será. Como disse o meu avô morreu rapidamente, o que acabou por ser algo que todos "agradecemos".. Mas durante os poucos meses que teve completamente debilitado e dependente, todos sofremos imenso..
EliminarFoi um cancro que lhe apanhou a cara e a garganta.. Para além de o ter desfigurado, só se alimentava através de maquinas. E isso, não é vida, não é nada.
Acho que a grande maioria das pessoas prefere morrer a ficar cá em sofrimentos e a dar trabalho a quem deles gosta..
Eu não quero estar com grandes testamentos... já li o teu, e todos os comentários, e tenho só que dizer que sim, sou a favor da eutanásia, mas claro (como já li por aí) quando perfeita e completamente justificada.
ResponderEliminarSim, tem que se analisar os casos, independentes um do outro, e não assumir que se a um aconteceu isto, a outro vai acontecer igual..
EliminarSou a favor quando o doente tem discernimento suficiente para decidir. Quando é alguém a decidir pelo doente já é um assunto mais complicado, se alguém quiser fazer que o faça mas eu dificilmente seria capaz de "ordenar" que podiam "desligar as máquinas" a alguém, fosse conhecido e próximo ou mesmo desconhecido. *
ResponderEliminarEu acho que o problema da eutanásia só deveria existir nestes casos em que o doente, não pode tomar uma decisão e alguém decidir por ela. Quem tem direito sobre a vida de outra pessoa, mesmo que um filho ou um pai?
EliminarEu seria capaz de aceder a um pedido desses se fosse um familiar direto meu, ou um grande amigo que não tivesse mais ninguém..
Bjs**
Eu sou a favor pelos mesmos motivos que enunciaste e principalmente se for o próprio doente a pedir que o façam.
ResponderEliminarComo familiar, não sei se teria a coragem para obedecer a um pedido desses e espero não ter que descobrir... Por regra queremos adiar a morte daqueles que nos são queridos e não o contrário, mas também acho egoísmo "obrigarmos" as pessoas a continuarem a sofrer.
Como disse ali acima, eu diria que sim a um pedido desses, dependendo da pessoa que pedisse..
EliminarAqui o egoismo pode ser visto de duas formas: ser egoista ao manter a pessoa viva, mas a sofrer, porque nao a queremos deixar partir; ou egoista porque acedemos ao seu pedido e dessa forma vermo-nos livres desse "fardo"..
Enfim, deve ser mesmo dos temas mais delicados que se pode (e deve) discutir..
Só te faltou falar do testamento vital (não falaste pois não???) Quanto à Eutanásia...não podia ser mais a favor.
ResponderEliminarNão imagino o que será ficar confinada a tubos, máquinas e uma cama basculante durante infinitos anos até que o corpo não aguentasse mais. Temos casos como o do Super-Homem que não quis desistir e se manteve cá e temos casos como o de um doente com Alzheimer que se recusou a viver com esta doença e, aos primeiros sintomas, desistiu. Eu sei que não aguentava estar presa no meu corpo e sei que não quero ser esse peso para ninguém. Se fosse com a minha família? Claro que não os deixaria morrer mas a isto chama-se egoísmo e eu não tenho esse direito...é um assunto complicado, que dava muito pano para mangas mas acho que já me expliquei bem :)
Pensei em falar nele, mas decidi não entrar nesse campo, porque é assunto para muita conversa e não me quis desviar muito..
EliminarSim, temos casos de pessoas que querem resistir até à última, por medo da morte ou por esperança de melhorar, e depois as que desistem logo assim que sabem que não há nada a fazer..
Já pensaste como é um pouco paradoxal, não quereres ficar nessa situação e preferires acabar com a vida, mas depois se fosse alguém da tua familia preferires que eles cá ficassem, mesmo a sofrer, só por falta de coragem tua.. Mesmo a teres noção que seria "egoismo"..
Sim, é tema que dá para muita conversa, e deu para perceber o teu ponto de vista.. :)
Bom Post, para começar! Podes escrever mais vezes a sério =)
ResponderEliminarE agora eu, mais a sério : sou a favor. Mas não só, apesar de sobretudo nesses, nos casos de doenças terminais ou de sofrimentos físicos profundos. Honestamente, e por muito que nos custe aceitar isto, principalmente se falamos de amigos ou familiares, se uma pessoa já há muito que não tem vontade de viver, pelas mais variadas razões, se já lutou contra isso, se está sem forças, não me parece correcto que não se aceite a sua vontade. deve ser complicadíssimo ajudar alguém que conhecemos a fazer uma coisa destas. Digo-te de caras que não seria capaz. Mas, ao mesmo tempo, respeito este tipo de decisões, porque sei lá eu o que o futuro me reserva. Sei que, a partir do momento em que me sinta apenas a sobreviver e não a viver, não quero cá andar.
Quanto ao alzheimer, sei bem o que é. O meu avó materno teve. Só posso mesmo mostrar-te a minha solidariedade...
Obrigado CM, acho que neste blog, também pode haver espaço para algo deste género de vez em quando. :)
EliminarAcho que a tua opinião é concensual e de acordo com a da maioria das pessoas, até na parte em que se fossem alguém da tua familia, terias mais dificuldade em dar o sim.
Eu sou sincero, se alguém da minha familia tivesse em sofrimento extremo e me o pedisse, eu aceitava sem hesitar.. Não sei o que sentiria depois disso, mas certamente também sentiria que tinha dado um alivio a quem me o pediu..
Obrigado, ela já está numa fase muito critica, e piora a cada dia que passa.. :(
concordo plenamente ctg
ResponderEliminare nem me imagino ver em muitas situações dessas sem desejar de imediato a morte.
Bjs*
http://se-tu-saltas-eu-salto.blogspot.pt/
Ninguém se quer imaginar, mas se calhar até já o fizemos quando soubemos de outros casos.. E este post foi mesmo para haver aqui uma pequena troca de ideias sobre este assunto tão delicado e controverso..
EliminarBeijinho
Completamente a favor, tal como tu tb tive uma avó que eu adorava de paixão, "viver" com o sacana do alemão durante 20 anos.
ResponderEliminarE aquilo para mim, para a minha mãe foi de um sofrimento atroz.
Nos últimos anos, ela já só reconhecia a minha mãe e o meu pai..Irónico, penso eu, mas gosto de pensar que isto acontecia porque eram as pessoas de quem ela mais gostava, e que retibuíam da msm maneira.
EU NÂO quero passar por isso, vou fazer testamento a explicitar a minha vontade. Que quero ser cremada e lançada ao mar no Meco, e que não quero ficar numa cama a vegetar.
Custa muito deixar ir, mas em certos casos custa mais deixar ficar:(
praia do meco patricia really? mesmo no fim de morta queres apreciar as vistas? assanhadinha hein?
EliminarPodes é fazer o testamento vital, para num caso em que fiques incapacitada para a vida, ou em doença grave (com perda de descernimento), já saberem a tua vontade.
EliminarMas mesmo a custar mais deixar ficar, às vezes parece quase o certo a fazer..
Já estou a tratar disso. Do testamento vital:)
EliminarOh pá, Eve, só me apetece bater-te:)))
ResponderEliminarO Meco, Sesimbra, lagoa de Albufeira são a minha segunda casa. Foi onde passei toda a minha adolescência, são os meus refúgios.
Quando estou triste, feliz é para lá que vou:))
É onde me sinto EU..
Portanto, já que posso escolher, é lá que quero que me "deixem ir":))
Assanhadinha?? Tem dias:)))
Parece-me bem as cinzas serem lançadas ao vento, de uma ravina em direção ao mar.. :)
EliminarDesde que não aconteça isto.. :p
http://www.youtube.com/watch?v=Wk61MeDmk2M
Eh pá...mta mau:))
EliminarMas sim, será smp de uma ravina em direcção ao mar:))
É lá que me sinto bem, é lá que está a minha verdadeira identidade.
Esta cena é tão épica (ou não fosse este um filme épico) :)
EliminarSe é isso que sentes, acho que deves deixar essas instruções :)
:)
EliminarAs minhas pessoas já têem conhecimento das minhas intenções, e a minha advogada tb:))
Só falta escrever e ela reconhecer:)
Isso é que é vontade que as tuas vontades se cumpram! :) fazes bem ;)
EliminarÉ mas é medo mesmo de ficar numa situação que eu não consiga controlar, como me aconteceu em 2009, que fui de urgência para o hospital com dores, fui operada à vesícula e por causa de uma negligência médica tive uma hemorragia interna, entrei em coma, tive que ser "aberta" mais 2 vezes e ainda levei 2 transfusões de sangue..Não desejo a ng, imagina lá que eu não acordava do coma?
EliminarFicava ali eternamente numa cama de hospital a vegetar?? Não, meu querido..isso não é para mim:))
Bolas, vai lá vai. Pois, aí, na atual legislação portuguesa, só mesmo com testamento vital é que alguem poderia fazer alguma coisa, de resto, ficarias ali na cama até acordares, ou até morreres.
EliminarSão estes tipo de questões que eu acho que devem ser discutidas publicamente, e só o que se vê é discussões sobre quem tem ou não cursos, quem é ou não empreendedor, globos de ouro, big brothers e treta do genero..
Mas vamos falando nós aqui pelas internets, e depois com os nossos amigos (como eu fiz esse no almoço com o pessoal do trabalho), e a coisa até se vai debatendo, se bem que sem atingir qualquer tipo de resultado..
Ya, ya...para quê perder tempo com coisas e assuntos sérios???
EliminarPor acaso, eu tenho vários grupos de amigos e bem diversificados, dá para discutir tudo e mais alguma coisa:)
Pois, valha-nos a net e os blogs))
Acrescento que esta minha situação aconteceu num hospital privado, altamente conceituado e ainda tive que pagar uma pipa de massa para me pôrem em coma:))
Mas depois ganhaste uma indeminização choruda, e hoje vives à pala disso! :D
EliminarNão tenho muitos amigos, e para certo tipo de conversas, já temos que estar todos com uns moscatels a mais em cima!
E só por causa de toda esta conversa, vou ver este filme, que, logicamente, te recomendo, se ainda não viste..
http://www.imdb.com/title/tt0369702/
Por acaso não. Ainda pensei em processá-los, mas havia conflito de interesses. Na altura eles eram meus clientes, enfim..entretanto já me arrependi:(
EliminarEh pá tenho uma amiga que é viciadissima em moscatel:))
Obrigada pela dica, ainda não vi não:)
A ver se o vejo um dia destes:)
Devido à minha alergia à cerveja, o que bebo mais é moscatel ou whisky, dependendo do sitio onde estou..
EliminarQueres dicas cinéfilas, tás a falar com a pessoa certa.. até tenho no blog, uma pagina com os filmes que vou vendo ao longo de 2013..
Eu vou ve-lo agora.. :D
Moscatel gosto, mas não é bebida que peça mts vezes.
ResponderEliminarWhisky odeioooo, só o cheiro..blherc..não consigo mesmo.
Só bebo vinho tinto, absolut, amêndoa amarga e mojitos, eo belo do lambrusco de vez em qd:))
Vais ver o filme agora? e dormir não??
yeps, filme agora, dormir depois (se sobrar tempo.. :D)
EliminarSou a favor, quando está em causa a (falta de) qualidade de vida e a dignidade humana. Ninguém merece ficar a definhar anos e anos
ResponderEliminarÉ mesmo.. E falei com a minha irmã esta noite, e a minha avó está mesmo a piorar imenso de dia para dia.. no espaço de uma semana, passou para uma cadeira de rodas (porque já não tem força ou o cerebro já não sabe comandar os membros) e ontem já teve o dia todo a soro (porque já não come).. a minha mana disse-me que brevemente estará numa cama de hospital, totalmente apagada, mas sem estar em coma, e que poderá ficar assim anos... Isto não é vida não é nada! Vai definhar todos os dias naquela cama, e com ela, os filhos e os netos, vão morrer um pouco ao vê-la assim... avizinha-se uma luta muito dura e inglória para a minha familia.. :(
EliminarQuer queiramos ou não, a eutanásia, em alguns casos, é mesmo a melhor solução..
Mustache,
EliminarLamento imenso que tu e a tua família estejam a passar por isso:(
Foi exactamente isso que a minha passou com a minha avó.
Ng merece passar por tanto sofrimento inglório, já para não falar da falta de dignidade humana que o mesmo pressupõe.
Um abraço de energia positiva e mta força, é só isso que "deste" lado te podemos enviar.
Bjo e bom fds.
http://boasnoticias.sapo.pt/noticias_Medicamento-reverte-Alzheimer-em-ratos-_15825.html
EliminarVão mesmo ser dias, meses, anos dificeis..
EliminarÉ nestas alturas que uma pessoa deseja que a morte chegue rápido, por muito que isto nos custe...
Sim, são boas noticias, as desse link... até porque o que há agora, não faz efeito nenhum..