Não me levem a mal em dizer que os livros são uma coisa bastante chata, chegando ao ponto de me incomodarem. E eu até gosto do cheiro deles, do toque do papel, das capas com relevo, de os ver direitinhos na estante ou espalhados pela casa, mas ler um livro pode mesmo ser uma coisa cansativa. Mas já lá vamos...
No último dia da Feira do Livro, lá fui eu aproveitando uma pausa na chuva. Claro que aquilo estava a abarrotar de gente, mal se conseguia dar um peido sem que alguém virasse logo a cara à procura do terrorista do gás. Livros para todas as idades e para todos os gostos. Pudesse, e tinha comprado um exemplar de cada para meter na, se pudesse, minha biblioteca privada. Há uns anos uma amiga disse-me uma coisa que a sua mãe lhe tinha dito e que me ficou gravado na memória: "Pode não haver dinheiro para mais nada, mas para pão e livros tem de haver sempre.". Sou apologista desta afirmação e tento ao máximo ser-lhe fiel. Mas adiante. Dos livros que levei para casa, ontem comecei a ler um de uma autora que desconhecia. Foi comprado porque gostei do nome da autora, do nome do livro e da ilustração da capa.
E, agora, das duas uma: ou eu tinha muitas saudades de ler coisas que não fossem relacionadas com a universidade, ou o livro é mesmo bom. Posso afirmar que é um pouco de ambos. Ontem, depois de ter começado a ler o livro à 23h, obriguei-me a parar de ler quando já eram quase 3 da madrugada. Metade do livro ficou lido e achei que queria guardar mais um pouco para outro dia. Para além de uma ótima história, a escrita desta senhora é que realmente me cativa e prende. A descrição que ela faz do início de vida do jovem Randolph - ou Rannie, ou Rann -, desde o momento em que ainda está no útero da mãe, até já saber ler aos 3 anos, passando pelas aprendizagens do sentar, gatinhar, andar, falar, saber o que é dor e prazer, é completamente sublime. Aliás, foram este tipo de descrições que lhe valeram, a Pearl S. Buck, em 1938, o Prémio Nobel da Literatura, pelas descrições dos trabalhadores camponeses chineses. A história desenrola-se a um ritmo que nos impossibilita sequer de pensar em fazer uma pausa. Outra coisa, é o facto de há muito não me rir, mesmo à gargalhada, com um livro.
Mas então, se só digo coisas boas dos livros, porque é que me chateiam? Fácil. Odeio estar a virar folhas! E quanto mais pequeno é o livros (em termos de tamanho de página e não de número de folhas), mais vezes tenho de virar páginas. E isto irrita-me. O cortar do ritmo da leitura, mesmo que por menos de um segundo, faz-me suspirar de aflição. Ontem, ao fim de quase 150 páginas, estava quase a dar em doido! Não, não me vou virar para os digitais, porque como disse, gosto do toque da folha de papel, mas gostava que imprimissem os livros num tamanho maior que um postal de férias.
Confesso que também atravesso o mesmo drama sempre que leio um livro... E realmente estão a ficar cada vez mais pequenos, tipo livros de bolso, que sempre me recusei a ler. Não sou pitosga, mas posso vir a sê-lo, de tamanho esforço que faço à vista. :p
ResponderEliminarAnyway, adoro ler e permite-me recomendar-te um: O bailarino, de Colum Mccann.
Hmmm até pensei que fosses um valente inculto mas até fiquei com vontade de ler esse livro. vamos ver.
ResponderEliminarEntretanto tenho aqui uma sugestão de livros com poucas páginas para ti e bem fáceis de ler: http://www.vinilepurpurina.com/?p=13