Às vezes ainda me custa a acreditar naquilo que consegui no dia 28 de Março de 2015.
Há cerca de 6meses, após vários anos de corrida pela estrada, fiz o meu
primeiro trail. Curiosamente, foi numa prova na localidade que me viu
crescer, Mora. Lembro-me que o fiz sem sequer ter o equipamento
adequado: os ténis eram os de estrada. Aquela pequena corrida de 15kms
foi mais do que suficiente para fazer crescer o "bichinho" do trail em
mim. Desde essa ocasião, dediquei-me 80% ao trail
e deixei a estrada para os restantes 20%. A minha segunda prova oficial
de trail foi em Leiria, à noite, 30kms! Desta vez já tinha o
equipamento adequado e mais algumas coisas que, não sendo vitais, podem
ajudar. Demorei 5horas para acabar aqueles 30kms. Nunca tinha corrida
tanto tempo seguido e a parte final foi feita em grande dificuldade.
Claramente, não estava ainda preparado para ela. Mas fui treinando, indo
a mais provas, conhecendo pessoas que me foram dando dicas, e o meu à
vontade nos trilhos mais técnicos foi melhorando. Fui, e sou, um
corredor do meio da tabela - ou mesmo do meio da tabela para baixo, a
tocar nos últimos -, mas ainda nunca desisti de uma prova. Com mais ou
menos dificuldade, acabei sempre o que me tinha prontificado a realizar.
Com o passar do tempo, algo começou a chamar por mim. Os 20 e poucos
kms das provas já me pareciam insuficientes, lia relatos absolutamente
deliciosos sobre provas de várias horas e ainda mais kms, de paisagens
deslumbrantes e de superações enormes. Eram os Ultras. Aquelas provas em
que olhamos para elas com medo e paixão. Queremos tanto superá-las como
sabemos que nos pode derrubar impiedosamente. Quanto mais via e lia
sobre estas provas, maior era a vontade de participar numa. Foi então
que tomei a decisão de me inscrever numa. A escolhida foi o III INATEL
Piodão Ultra Trail. 50kms pela Serra do Açor. Comecei então o treino com
Piodão sempre em mente. Treinei sozinho, treinei em grupo, aproveitei
todas as oportunidades para meter kms e D+ (desnível positivo) nas
pernas. Infelizmente, para quem trabalha e estuda, os treinos acabam por
sair prejudicados. Nos dias que antecederam o Ultra, sentia que a
preparação não tinha sido a mais apropriada, mas, mesmo assim, segui em
frente.
No dia 28 não estava nervoso, ansioso, eufórico, nem nada
do género (ao contrário do que me aconteceu antes da minha primeira
maratona de estrada - Lisboa 2014). Acho que o meu estado de espírito
estava em sintonia com o que iria fazer: entrar em território
desconhecido. Sem saber o que esperar, não sabemos o que sentir, acho
que foi isto. Às 9horas do dia 28 dei então início à tarefa mais
herculeana a que alguma vez me propus. 10horas e 23 minutos depois,
cruzei a linha da meta. Pelo meio, toda uma superação pessoal, que só
quem por ela passa, consegue entender. Muitas foram as vezes em que
pensei o que é que ali estava a fazer, o que me tinha dado na cabeça
para castigar o corpo desta forma, mas nunca, nunca, me passou pela
cabeça desistir. Tinha um compromisso para comigo e para com as pessoas
que me estavam a apoiar. Cruzei a meta e abracei quem por mim esperou
todas aquelas horas e quem acreditou sempre que conseguiria superar este
desafio.
Claro que essas pessoas merecem todo o meu agradecimento:
Ao João Campos e Joel Silva pelos treinos loucos que fizemos (ainda temos que voltar a Sintra de novo).
Ao pessoal do Correr na Cidade com quem treinei e que me acompanharam (e eu a eles) durante o Ultra. Obrigado Filipe Gil, Tiago Portugal, Nuno Espadinha, Nuno Malcata e todos os que me deram uma palavra de alento.
Um enorme obrigado à minha família que fez uma viagem de 300kms só para me apoiar, e que me enviava mensagens de apoio durante a prova (acreditem que ajudou mesmo muito!).
E, claro, um Obrigado muito especial à pessoa que está lá sempre para mim, mesmo quando os fins de semana de namoro se transformam em corridas, quando saio de casa para treinar, quando na minha cabeça só existe corrida… A ti, meu amor, nem sei como te agradecer todo o apoio que me tens dado nesta minha loucura.
Ao João Campos e Joel Silva pelos treinos loucos que fizemos (ainda temos que voltar a Sintra de novo).
Ao pessoal do Correr na Cidade com quem treinei e que me acompanharam (e eu a eles) durante o Ultra. Obrigado Filipe Gil, Tiago Portugal, Nuno Espadinha, Nuno Malcata e todos os que me deram uma palavra de alento.
Um enorme obrigado à minha família que fez uma viagem de 300kms só para me apoiar, e que me enviava mensagens de apoio durante a prova (acreditem que ajudou mesmo muito!).
E, claro, um Obrigado muito especial à pessoa que está lá sempre para mim, mesmo quando os fins de semana de namoro se transformam em corridas, quando saio de casa para treinar, quando na minha cabeça só existe corrida… A ti, meu amor, nem sei como te agradecer todo o apoio que me tens dado nesta minha loucura.
No dia 28 de Março de 2015, tornei-me Ultra-maratonista, e o meu peito está cheio de orgulho.
parabens pela determinaçaõ e força de vontade! quisera eu ter a metade disto! espero que continue!
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