Ontem fui ao senhor doutor.
Já que para me inscrever no centro de saúde tive que perder tempo a mudar moradas no cartão do cidadão e pedir códigos e o diabo a sete, decidi que seria bom saber se, pelo menos, os serviços de saúde prestados pelo centro de saúde valeram o esforço. E também porque não faço análises há algum tempo e estão a aproximar-se periodos importantes da minha vida e quero estar preparado.
Assim, às 8:35 lá estava eu para ser atendido pelo doutor com um nome estrangeiro. Pensei logo para mim que devia ser um daqueles cubanos ou venezuelanos que vêm para cá "roubar" o lugar aos tugas. Imaginei um tipo alto, gordo, tez escura, barba rala e que, para além de não perceber metade do que eu ia dizer, eu não iria perceber a outra metade que ele dissesse. Pois que me enganei. Afinal é português, jovem, magro e sem barba na cara. O nome deve ser por ser de alguma família importante. Não obstante a minha surpresa, a dele deve ter sido ainda maior. Vai na volta não é todos os dias que recebe ali malta jovem e com bom aspeto. Sentei-me e ele sempre todo sorridente, perguntou-me o que se passava. Disse-lhe que eram só umas análises de rotina, que já não as fazia há muito tempo. Pediu-me o cartão de cidadão para proceder ao registo e viu o meu nome e exclamou "Excelente Pinto?!", sim, disse eu. "Isto no Brasil....", disse ele com um sorriso aberto. Não percebi, mas pronto.
Depois, foi hora do historial clínico. Doenças, alergias, isto e aquilo. Disse que a única alergia que sabia ter era à cerveja, que em criança tinha anemia, e que tinha sido operado a uma hérnia na zona da púbis quando tinha 2 anos. Então, por algum motivo decidiu que era boa ideia auscultar-me. T-shirt para cima e mão no peito, mão nas costas, inspira, expira... Abra a boca e diga aaaaaaaa... Deixe lá ver os olhos, sim, a anemia parece controlada... Faça o favor de se deitar na marquesa e tire a t-shirt. E o meu coração parou por breves instantes. Deitei-me a medo e comecei a transpirar que nem um cavalo. Foi então que ele se agarra ao cinto das calças, as começa a puxar para baixo e a perguntar se dava para ver a cicatriz da operação que fiz há 28 anos! Quando as calças já estavam perigosamente em baixo, quando já faltava pouco para algo se soltar, eu digo que não se via. Ele lá largou as calças e começou a apalpar-me a barriga. Aperta aqui, aperta ali e "não faça força", disse-lhe que não estava a fazer e lançou-me um olhar e disse que tinha uns bons abdominais. Acho que foi nesta altura que apertei as nádegas com tanta força que só passados 5 minutos é que elas se voltaram a descolar. "Então, não bebe cerveja, mas bebe vinho?", "um copo à refeição, nada de especial", e as mãos continuavam a percorrer o meu abdomen.. "E drogas?", "Eu tenho mau aspeto mas drogas não é comigo", "AHAHAHAHAHAHA não, eu também perguntaria isto a uma senhora de 60 anos... sabe, não é a droga que mata, são os enfartes, blá blá blá...", e aquelas mãos percorreram-me mais uma vez.
Quando finalmente aquilo acabou e ele me disse que parecia estar tudo bem, me deu as receitas, se despediu com um enorme sorriso e um aperto de mão com ambas as mãos dele, e eu saí do gabinete, dei graças a Deus por não lhe ter dito nada que lhe desse a entender que podia precisar de um exame à próstata. Não é que ele tivesse uns dedos muito grandes, mas podia querer usar outra coisa qualquer para realizar o exame!
Não sei do que te queixas.
ResponderEliminarProvavelmente foi o mais perto que tiveste de fazer sexo ;)
(Amigas imaginárias não conta...)
As saudade que tinha de te chamar... tretas =)
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