quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Eu explico...

Desde cedo, quando o nosso cérebro está mais susceptivel a influências, enchem-nos com histórias de fadas que vêm buscar dentes em troca de dinheiro, de coelhos que põem ovos de chocolate e que existe um senhor, que se veste de vermelho e tem longas barbas brancas, que, uma vez por ano, entrega prendas àqueles que se portaram bem, que comeram a sopa toda, que estudaram e que não disseram asneiras. Dão-lhe o nome de Pai Natal.
Depois, se uns nunca os vimos na vida real, vamos crescendo a ver esse tal de Pai Natal, distribuidor da felicidade e justiça, invariavelmente nos centros comerciais, sentado numa enorme cadeira e debaixo de um grande pinheiro. E os nossos pais dizem para nos sentarmos no colo dele, para lhe dizer que nos portámos bem e que prenda é que gostariamos de receber como recompensa. Isto acontece ano após ano, até chegar aquele dia em que já não nos sentimos confortáveis em subir para o colo de um homem barbudo em frente a uma pequena multidão. Mas aquela ação já se tornou um traço mnésico, e dos permanentes.
Assim, não é dificil perceber a vontade de colinho que as mulheres têm quando veem um gajo de barba comprida, só que, desta vez, mais à procura de um castigo que de uma prendinha.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

50 factos aleatórios sobre mim

Aproveitando o post da Rosa Cueca, também eu, há falta de alguma coisa de jeito e interessante para dizer, vos vou brindar com 50 factos aleatórios sobre a minha pessoa... Ora aqui vai!

1 - Não gosto muito de escrever sobre mim.
50 - Sou preguiçoso.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Ainda há cavalheirismo, não tem é de ser quando uma mulher quer.

Vou fazer um favor à minha irmã e buscar-lhe as lentes de contacto definitivas à loja.
Chego e está uma pessoa a ser atendida. Quase ao mesmo tempo do que eu, após alguns segundos, chega uma senhora na casa dos 50 anos. Esperamos que a outra pessoa seja atendida, cada um em lados opostos do balcão. Quando isso acontece, a empregada olha para nós sem saber quem tinha chegado primeiro.

Eu: Olá, bom dia...
Atrasada: Olhe, desculpe...
(Empregada roda a cabeça com ar de dúvida)
Eu: Eu cheguei primeiro que a senhora.
Atrasada: Mas podia ser um cavalheiro e deixar-me fazer só uma pergunta.
Eu: Nem eu tenho de ser cavalheiro, nem você tem que passar à frente das outras pessoas.

Mas, mesmo assim, durante o meu atendimento, não resistiu a fazer a pergunta que queria.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Entrando no espirito natalício...


(Foto no banho porque o Pai Natal quer-se limpinho)


E só não mostro a barriga para não ferir susceptibilidades.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Coragem...

Coragem não é enfrentar leões.
Coragem não é entrar num edificio em chamas para salvar um bebé ou um gato.
Coragem não é lutar contra o homem mais forte do mundo.
Coragem não é mandar o patrão à merda.
Coragem é uma pessoa comer esparguete à bolonhesa, de camisa branca, sem usar babete!

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Que atire a primeira pedra...

... quem nunca libertou uma valente jarda - daquelas silenciosas mas mesmo tóxicas, que nem nós a conseguimos suportar -, pensando que estamos sozinhos, quando, na verdade, apenas não conseguiamos ver as outras pessoas na mesma sala que nós.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Alguém me explica a utilidade disto?

De que serve discutir, se não for para fazer sexo logo a seguir?

O Mustache aconselha os homens..*

Sempre que tiverem uma discussão com a vossa namorada/esposa, no final, vão até à cozinha e apertem as tampas dos frascos com toda a força.


(Não disse que era um bom conselho, mas até pode ser...)

*e lésbicas com muita força.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Escrevo sobre o quê?

Não fui pai nem mãe.
Não fui passear ao estrangeiro.
Não tenho nenhuma causa social para ajudar.
Ninguém me enviou um e-mail a pedir ajuda.
Sei mais ou menos a utilidade do que quer que seja.
Sei o que é a felicidade e que esta nem sempre é fácil de conseguir.
Não ando a jogar ténis (ou outros desportos) com outro blogger.
Não me casei.
Não tenho filhos para mostrar como são perfeitos e inteligentes.
As marcas não querem nada comigo. Nenhuma mesmo!
Não dou cursos, nem de como passar o dia sem fazer nada, coisa em que sou eximio.

Sinceramente, não faço ideia sobre o que escrever.

domingo, 9 de novembro de 2014

Entretanto, em Portugal...

Francisco George: Pessoal, então como está aquela coisa do Ébola?
Funcionário DGS: Oh sôr Diretor, ultimamente não tenho ouvido nada.
Francisco George: Pois, deve ter acalmado...
Funcionário DGS: Se calhar...
Francisco George: Então e quantos casos há em Portugal?
Funcionário DGS: Oh sôr Diretor, cá em Portugal não há nada. Ainda tentámos que umas figuras públicas a fossem apanhar, mas não resultou.
Francisco George: Epá, isso é que não pode ser! Temos que arranjar aí qualquer coisa para manter o povo com medo, ao mesmo tempo que aumentamos aí o consumo de qualquer produto e ainda fazemos com que a malta queira uma vacina ou outra coisa qualquer para tomarem, só por precaução. Deixa-me pensar.... Deixa-me pensar....
Funcionário DGS: E se aproveitarmos as 3 pessoas que foram internadas com Legionella?
Francisco George: És um génio! Avisa já a comunicação social que há um surto de Legionella, que não sabemos o foco de infeção, que aquilo se transmite pela água! É vê-los a correr a esgotar os supermercados. Depois,quando estiver esgotado, dizemos que podem beber água, que aquilo só se transmite pelo vapor de água e para evitarem banhos quentes! Com este frio, ninguém toma banho e é vê-los a esgotar desodorizantes e perfumes! Depois, confirmamos a morte de uma ou duas pessoas devido à Legionella, mesmo que tivessem outras doenças graves... É vê-los a entrar em pânico e a correrem para os hospitais e centros de saúde e nem querem saber das taxas moderadoras!
Funcionário DGS: Que plano maravilhoso!
Francisco George: Sim. Se essa malta estrangeira pensava que nos passava a perna ao não mandarem para cá o Ébola, enganaram-se, que se há coisa em que somos bons, é em manter o povo burro e assustado! E tu, meu amigo, serás recompensado com essa ideia!
Funcionário DGS: Oh sôr Diretor, só faço aquilo para o qual me pagam...
Francisco George: Esquece o Diretor, trata-me por Francisco.

sábado, 8 de novembro de 2014

Pensamentos de sábado...

Sinto vontade de bater em pessoas que dizem: "Aquela pessoa desperta em mim as minhas piores qualidades."

Agora pensem nisto.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Destas coisas de emigrar..

Se há coisa que está no ADN português é a emigração. Seja porque assim o desejam, seja porque assim o são obrigados. A verdade é que desde há muito tempo que saímos deste nosso canto e rumamos a destinos mais prósperos. Claro que isto nem sempre corre bem. Algumas vezes, não muitas, vai-se ao engano, com os olhos encandeados de promessas de trabalho fácil e dinheiro sem fim. Também pode correr bem, e tirando um ou outro sacrifício, dá para fazer um bom pé de meia e, já em final de vida, voltar ao país que os viu nascer. Mas algumas não voltam, não porque lá quiseram ficar mas porque o destino se encarregou de os deixar para sempre em solo vizinho, mesmo que por debaixo dele. São os casos que nos deixam a pensar se valerá, ou não, ir lá para fora, deixando tudo e todos por cá. Esta semana, tivemos mais um caso destes. Um homem de 36 anos que seguiu rumo à Siria atrás do seu sonho. Durou 9 meses. Depois, uma explosão no seu local de trabalho, ceifou-lhe a vida. O facto de ele andar com uma metrelhadora e uma bazuca à cintura, certamente indica que ele fosse apenas um segurança.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O mundo dos blogues..

O importante mundo dos blogues divide-se entre:

- Os que lucram com o seu.
- Os que ficam ressabiados por não lucrarem com o seu.
- Os que se vendem assim que conseguem e deixam de ser ressabiados.


(Quaisquer blogues que não entrem nas categorias acima, não pertencem ao importante mundo dos blogues.)

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

XI Maratona do Porto 2014 - Report by Mustache

Quem corre, seja que distância for, sabe que não há uma corrida igual.

E se isto já é assim numa corrida de 10kms, numa maratona, ainda é mais evidente.

Se a minha primeira maratona, a de Lisboa no dia 5 Outubro de 2014, me correu maravilhosamente, a do Porto, no passado dia 2 de Novembro, correu-me francamente mal. E se eu estivesse mais atento aos sinais que fui recebendo, poderia ter antecipado a desastre.

Começou logo em Lisboa, com o atraso do comboio. Estava previsto sair às 9:39, mas só depois das 10horas é que arrancámos. Como ia e regressava de comboio, comprei bilhetes em 1ª classe, para poder esticar as pernas à vontade no meu regresso. Ora, a carruagem tinha mais de 100 lugares, sendo que estavam cerca de 10 pessoas lá dentro, mas a verdade é que quando chego ao meu lugar, estava já um gajo lá sentado, mochila noutro banco e jornal a ocupar a mesa toda. Como boa pessoa que sou (estúpido, vá), disse-lhe que podia ficar e que eu e a minha namorada ficaríamos nos bancos de frente para ele. Tivesse o outro gajo dois dedos de testa, e teria saído dali e ido para o lugar dele, mas não. Não só continuou a ocupar espaço que não lhe pertencia, como usurpou por completo a mesa, esticava as pernas como se não estivessem ali outras pessoas e ainda punha os sapatos em cima dos bancos. Isto é ainda pior tendo em conta que o gajo pesava mais de 100kgs.

Chegados ao hotel, mando mensagem a um amigo a perguntar onde é que ele estava. Disse que a levantar o dorsal e que não davam a tshirt já, só depois de passar a meta, e que a que estavam a dar era uma de algodão. A minha reação não foi das melhores, pois não vinha a contar com tal situação e, por isso, não trouxe outra tshirt técnica. A verdade é que gosto de correr com a tshirt do evento, salvo raras exceções em que decido levar uma especifica para aquela prova. Assim, mal cheguei ao Porto e fiquei a saber que não tinha nenhuma tshirt para a prova. Rápida leitura no regulamento da prova e vejo lá que a tshirt oficial da prova seria entregue com os kits de levantamento e que os atletas deveriam correr com ela vestida. Assim, ia com intenção de pedir justificações à organização e exigir a minha tshirt. Antes do assunto estar resolvido, falei com, pelo menos, 4 pessoas. Fiquei a saber que eu fui o primeiro atleta a reclamar pela situação; que, de facto, o regulamento poderia indicar que ofereceriam a tshirt antes da prova; que se quisesse podia usar o livro de reclamações, mas que não o fiz, optando apenas por enviar um email à organização expondo o problema e sugerindo uma alteração no regulamento, indicando que a tshirt inicial é de algodão. Ao fim de muito tempo de conversa, e de um telefonema, lá me dizem que me vão oferecer uma tshirt técnica para eu não ter que gastar dinheiro a comprar outra. Deram-me a da Corrida da Família 16kms, que é bastante boa e que usei durante a prova sem qualquer tipo de problema.

Dia da corrida. Pequeno-almoço tomado, tudo preparado e à porta do hotel à espera dos que iam partir comigo. Deu para encontrar o grande João Campos e tirar uma foto às barbas, encontrar 3 Pernas de Gafanhotos e ver a alegria de grupos a tirar fotografias. Sabendo de antemão que não fazia menos de 3h45’, parti do bloco mais atrás de todos. 3metros atrás, estavam os atletas dos 16kms, com umas grandes a impedir que avançassem. Quando faltam 5 minutos para a corrida começar, vejo um mar de gente a passar por mim e a tentarem furar até lá mesmo à frente: eram os atletas dos 16kms. Não posso concordar com esta decisão da organização. Já se sabia que, ao tirarem as grades antes da partida, os atletas iriam querer uma melhor posição de partida, mas a verdade é que isto afetou as posições dos atletas da maratona. Não custava nada que só deixassem sair depois dos atletas da maratona terem passado a partida, permitindo que pudessem ter um inicio mais confortável. Assim, para além de ter que andar durante algum tempo, tive que ultrapassar quem não esperava ter de ultrapassar e, em alguns casos, ir quase parado porque eram muitas pessoas a quererem passar em estradas estreitas ou em obras. E foi assim até ao km 14, local onde atletas dos 16kms e da maratona seguiam caminhos diferentes.

A prova. Correu conforme esperado até ao km21, fazendo um tempo de 1h55’. Era o que queria. Ao contrário da de Lisboa, queria guardar-me mais na primeira parte e acelerar mais na segunda. Por volta do km18 vi o pace das 4horas e pensei que o seguiria até aos 35kms, onde depois o ultrapassaria. Mas a verdade é que a partir dos km23 comecei a ir abaixo, as pernas não davam para mais e a cada passo sentia-as mais pesadas. A juntar a isto, uma vontade de urinar, que já vinha desde o km19, ajudou ainda mais à festa, criando-me um enorme mau-estar. Por esta altura, já ia ao lado do rio, e era-me de todo impossível para num sítio para me aliviar. Pensei em aguentar até ao km 20, onde haveria casas de banho, mas ao passar por lá, nada, não havia. Olhando em volta, em desespero, vejo-as ao longe, ao km 25 e do outro lado do rio. Assim que lá cheguei, entrei e foi um alívio enorme. No entanto, os estragos estavam feitos, tanto a nível físico como a nível anímico. A partir daí arrastei-me o resto da prova. Ao km30 ia com menos de 3h e por momentos pensei que, se o organismo conseguisse dar a volta, que ainda conseguia ficar muito perto das 4h, quem sabe, abaixo. Mas o corpo não recuperou, a mente não ajudou e terminei a prova em 4h32’. Foram quase duas horas para fazer 12,195kms. Mas terminei a prova, lutei até ao fim e venci-a! Sofri a bom sofrer. Não me lembro de alguma vez me ter sujeitado a tanto sofrimento durante tanto tempo, sabendo que se estava a sofrer, bastava parar, desistir, entrar numa daquelas tendas com a cruz vermelha e pedir que me levassem até à meta. Mas não, mostrei a mim mesmo que a resiliência está em nós e que nos aparece quando mais precisamos dela. O que me fez terminar a prova, o que me levou do km30 ao km42,195 não foram as pernas nem a mente, foi o coração. Aquele sentimento que só quem corre uma maratona conhece. Cruzei a meta a correr, de braços no ar e lágrimas a correr. Felizmente demorei tempo suficiente para que a chuva caísse sobre nós com grande intensidade, disfarçando-as. Depois, recebi um beijo da minha namorada, um abraça de um amigo que se deslocou até lá para me ver, e dois hi-fives do João Campos. Fui buscar a medalha e as oferendas finais.

Após a corrida. Mais de uma hora a tentar encontrar a namorada, que não encontrei. Quando finalmente lhe consegui ligar (do telemóvel de um estranho, pois ela tinha guardado o meu depois da meta), já ela estava no hotel. Apanhei o autocarro para lá, cheguei já depois da hora do checkout, mas mesmo assim, deixaram-me subir para tomar um banho (Obrigado, HF Tuela Porto). Depois do banho, enfiar-me debaixo dos lençóis e cobertores, pois estava a entrar num estado de hipotermia em que já nem conseguia segurar o queixo e já não tinha cor. Descemos, fomos ao Capas Negras II comer uma francesinha, descansar nos sofás do centro comercial, apanhar um táxi para a estação dos comboios com um senhor que nos contou a história de como este ano ainda não lhe tinham oferecido castanhas, rezámos para que os nossos lugares estivessem desocupados e regressámos a Lisboa.

Só quando cheguei a casa é que abri o saco das oferendas, e não pude deixar de largar uma gargalhada enorme. Os sacos, oferecidos aleatoriamente de acordo com os tamanhos das tshirts, continham uma garrafa de Vinho do Porto, uma tshirt e os panfletos da praxe, mas o meu era diferente, e chamem-lhe o que quiserem, mas a verdade é que no meu saco estavam lá duas tshirts!

Veredito final. Foi uma prova cheia de altos e baixos; uma prova que me custou imenso mas que a terminei; apanhei umas das maiores molhas de sempre; não achei o percurso nada de especial, muito repetitivo, uma vez que passávamos sempre nos mesmos sítios; muito pouco público nas ruas a puxar pelos atletas; talvez seja uma prova a repetir, só para me poder vingar do tempo que fiz.