quarta-feira, 19 de março de 2014

Disto dos blogues..

Tenho este blogue há quase dois anos. Se isto fosse em idade de cão, era já um adolescente, o que explicava um pouco as coisas que por aqui escrevo. Assim, em idade de blogue, continuo a ser um bebé. No entanto, ao longo deste tempo todo, apercebi-me que isto - os blogues - são um mundo dentro do mundo que é a vida real. E, tal como na vida real, tem um lado bom e um lado mau.

Desde que estou neste mundo já me aconteceu um pouco de tudo: conheci pessoas que gostava de manter a meu lado enquanto for vivo; conheci pessoas que gostava de não ter conhecido; conheci pessoas com quem simpatizei; conheci pessoas com quem falei mas que, com o passar do tempo, fui deixando de falar; fui mal interpretado; etc.

Este "conheci" é relativo. Grande parte das vezes, não passa de conversas através de mail ou facebook, nunca tendo estado com a pessoa. Mas já estive com algumas pessoas. Já saí de Lisboa para ir ter com pessoas que tive o prazer de conhecer nos blogues. Já estive por Lisboa com pessoas que conheci nos blogues. Pessoas boas, realmente boas. Daquelas que nos deixam felizes por termos, a determinada altura da nossa vida, começado um blogue.

Mas, claro, também por aqui há pessoas muito más. Pessoas que nos julgam sem nos conhecerem. Pessoas que pensam que o que escrevemos nos blogues é um relato fiel da nossa vida, daquilo que somos. Sim, há pessoas que usam os blogues para esse efeito, para desabafarem e terem uma espécie de diário privado (no sentido que podem escolher um pseudónimo) mas aberto ao público, no entanto, acho que a grande maioria, o usa para dar largas à imaginação, contar umas histórias ou falar sobre o que lhe vier à cabeça. E muitas destas más pessoas, gostam de se esconder por trás de um anónimo, gostam de dizer mal de tudo, gostam de julgar sem conhecer e ainda se riem de tudo.

Disse, aqui, que já fui mal interpretado. Mas também já interpretei mal. Lembro-me perfeitamente de estar na conversa com uma pessoa e lhe dizer para ter cuidado com uma outra pessoa. Que essa outra pessoa tinha "má fama", que essa pessoa se calhar não era aquilo que mostrava ser, que havia histórias sobre essa outra pessoa muito pouco favoráveis. E a resposta que tive do outro lado, foi que também se dizia o mesmo sobre mim: que tinha "má fama", que era uma pessoa diferente daquilo que mostrava e que circulavam histórias menos boas sobre mim. E foi neste momento que repensei muito bem tudo isto dos blogues. Foi neste momento que percebi que expôr, aqui, demasiado a minha vida privada pode não ser a melhor das ideias. Desde aí, evito-o ao máximo, e, se conto alguma coisa mais privada, certamente não corresponderá 100% à realidade.

Agora, e depois deste texto todo, e sabendo que algumas pessoas apenas vão ler o último paragrafo, gostava de vos perguntar uma coisa: O que é que de bom e de mau já retiraram disto dos blogues?



16 comentários:

  1. Serei uma sortuda, nesse sentido. Apenas retirei coisas boas! Espero que a tendência se mantenha! :)

    É natural que também nesta coisa dos blogues se encontre muita gente e todo o tipo de gente: as pessoas que valem a pena e as que não valem o pouco do nosso tempo. Aquelas que, sob a forma anónima ou não, assumem a crítica a tudo e nada como forma de estar por estes lados, só podem ser pessoas mal resolvidas, com um sentimento muito feio, chamado inveja, relativamente àqueles que constantemente criticam, na forma de estar, de ser, de agir. Digo eu.

    Bom dia! :)

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    1. Irá manter. (até ao dia, como se costuma dizer..)

      Como em todo o lado, há pessoas que só estão bem quando veem os outros mal, e, quando os veem bem, fazem de tudo para os conseguir magoar.

      Boa noite! :D

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  2. Olha, a única parte negativa que retiro do meu antigo blog, foi quando ele começou a ser lido e julgado pela minha mãe, pelos meus irmãos, pelo meu pai e por pessoas que não queriam o meu bem. A culpa disso, foi em grande parte minha, que o andava por ai a divulgar em todo o lado. A solução que encontrei, foi encerrá-lo e fazer um novo. Divulguei-o a pouca gente e recuperei o meu cantinho e a minha privacidade., Desta nova fase, ainda não retirei nada de mau!

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    1. Eu também divulgo o meu blog aos sete ventos, mas quando o comecei, decidi duas coisas: não fazer dele um diário e não falar sobre futebol, politica e religião. As pessoas podem não perceber que se trata de uma piada, e como vivemos no mundo das "Madalenas Ofendidas", todo o cuidado é pouco.
      Espero que a nova fase se mantenha assim! :)

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  3. Tive um blogue desde 2009, que parei de usar em 2012/13 porque já não me sentia bem lá - quando muitas pessoas da minha vida real iam lá cuscar o que ia dizer - , mas retirei umas quantidade interessante de pessoas positivas com as quais até hoje falo. É como tudo, há sempre pessoas boas e pessoas que nem pintadas.No final acho que tive mais experiencias positivas que negativas, tanto mais que acabei por fazer outro blog e já conhecer algumas pessoas interessantes...tem muito que ver com a forma como encaras tudo isto.

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    1. Já estive a "cuscar" o teu blog e gostei. :)
      Pois, o problema de falarmos sobre a nossa vida é que os outros vão lá ler, e mesmo que o que lá escrevemos não seja real, os outros pensam que é.
      Não sei se será a forma como nós encaramos isto. Eu posso encarar isto como uma pura brincadeira, um sitio para vir escrever sobre umas parvoices, e vir cá pessoal e encarar isto como um espaço onde tento ser uma pessoa diferente daquilo que sou, e depois criticar. Eu também tive um blog antes deste, um pouco mais de critica social, e toda a gente me dizia que era muito negativista, pesado, critico, etc e tal, e acabou por me tirar o interesse em escrever nele.

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  4. Tenho o blogue há 4 anos. Já falei com várias pessoas e já conheci pessoalmente uma curta parte dessas pessoas. Já fui procurada para conselhos farmacêuticos, para ser insultada, para servir de confidente, para ser avisada do carácter de outros, por se identificarem por X parte do que escrevo ou por curiosidade. No geral, não tenho tido muito azar ou relevo/ignoro a maldade e o mau carácter. Falo regularmente com alguns, outros ficaram pelo caminho. É como na vida real e há que separar o trigo do joio. Quanto ao que possam pensar e/ou falar de mim, tenho costas largas e preocupa-me zero. De preconceitos está o mundo cheio.

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    1. Isto é mesmo um mundo dentro de um mundo ainda maior que é a vida real. E se a vida real é um mundo pequeno, o que dizer deste mundo dos blogues.
      Se achas que o saldo é positivo, se ainda continuas a receber coisas boas dele, então que venham mais 4! :)

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  5. Anónimo13:34:00

    Eu tenho um blogue, não sou um blogue!
    Não me podem julgar por um blogue quer esteja lá escrito a minha vida quer estejam lá histórias inventadas... é apenas um lado de cada um de nós e não nos define!
    E eu acho que sou uma sortuda porque conheci pessoas realmente boas com isto dos blogues.. Tu incluído :P

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    1. Mas há quem não entenda que um blogue pode ser o oposto daquilo que a pessoa que o escreve é. Acham, na grande maioria, que está aqui a nossa imagem refletida.
      E eu conheci-te a ti e à cidade do Porto! Foi um bom dois em um! :)

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  6. Eu já retirei algumas coisas boas e más... e felizmente as boas têm se sobreposto sempre (em quantidade, entenda-se)!
    Tudo o que escrevo no meu blog é fiel àquilo que sou e que sinto, mas nunca será 100% fiel ao que vivo. Às vezes importa fazer esta distinção que, muitas vezes, passa despercebida aos mais maldosos "comentadores anónimos".

    Já conheci algumas pessoas (face to face, abraços e beijos, amizade pura), já troquei emails com outras que nunca vi mas que preservo bem e já mandei à merda outras tantas. Felizmente, ando com sorte no que à "separação e reciclagem de lixo" diz respeito.

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    1. Apesar de tudo o que escrevi, as coisas boas também sobrepõem as menos boas. Às vezes, tu até fazes essas distinção, e está bem visivel no que escreves, mas quem quer dizer mal, simplesmente, não o consegue entender.

      Same here. Já estive com diferentes pessoas de diferentes formas, e só ficou quem me interessou. :)

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  7. Acho que o que retiramos acaba por ser decidido por nós também.
    Eu considero que retirei coisas muito boas, encontrei grandes amigos a quem confio a chave da minha casa, encontrei grandes amores por quem me apixonei loucamente, encontrei um hobbie (a Le Cool Lisboa) através de lá, encontrei pessoas que me ajudaram na minha vida profissional, encontrei casa em Lisboa, eu sei lá.
    Se encontrei pessoas más? Sim, sem dúvida mas essas não permaneceram muito tempo. E acho que não lhes dei a importância suficiente para que fossem motivo de lembrança sequer.

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    1. Oh, conheceste-me a mim e "obrigaste-me" a subir ao palco da ribalta! :)
      De facto, o blogue pode também ser uma ferramente de trabalho e uma porta para novas oportunidades. Basta saber aproveitá-lo.
      Sim, o desprezo muitas vezes é suficiente para que as más pessoas se afastem de nós. ;)

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  8. "Disse, aqui, que já fui mal interpretado. " - guilty... Mas epá, acho que percebeste porquê...

    Quanto à minha postura blogosférica... O meu blog é o meu reflexo real. Não reflecte tudo o que sou, mas reflecte muito do que sou e de forma real.

    O saldo blogosférico é positivo. Tirando uma ou outra situação, não posso dizer propriamente que tenho uma lista de pessoas non-gratas. E, para mim, o melhor que se leva da blogosfera são mesmo as pessoas.

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    1. "Mas também já interpretei mal." - Acontece a qualquer pessoa, por muito boa que ela seja. Como diz o provérbio: "Águas passadas não movem o moinho.".. Siga mas é em frente.

      Eu evito ao máximo contar a minha vida privada aqui, acho que toda a gente já percebeu isso, muito porque não quero ser julgado por pessoas que não me conhecem de lado nenhum. (como vejo acontecer em tantos blogues)

      Sim, o melhor que se pode tirar daqui é mesmo as pessoas!

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Dá a tua aparadela..